O CO2 elevado induz a regulação negativa da fotossíntese e alivia o efeito do déficit hídrico em Ceiba pentandra (Malvaceae)

Resumo

O efeito simultâneo do aumento da concentração de CO₂ e da seca nas árvores ainda está sendo investigado na Amazônia. Avaliou-se o efeito de níveis de CO₂ (400 e 800 ppm) e regimes hídricos (50% e 100% da capacidade de campo do solo) sobre características fotossintéticas, fluorescência da clorofila e acúmulo de biomassa total em Ceiba pentandra. Em plantas bem irrigadas, a fotossíntese saturada por luz (P_N-sat) aumentou em plantas expostas a CO₂ elevado, mas tanto P_N-sat quanto a condutância estomática diminuíram em resposta ao déficit hídrico. A taxa máxima de carboxilação de Rubisco diminuiu sob CO₂ elevado, o que indica regulação negativa da fotossíntese em CO₂ elevado. A relação F_v/F_m não foi afetada pelos tratamentos. No entanto, a biomassa total da planta e a área foliar foram reduzidas em 34-37% sob déficit hídrico, mas não foram afetadas pelos níveis de CO₂. Os valores de P_N-sat medidos em plantas bem irrigadas em CO₂ ambiente foram semelhantes aos observados em plantas submetidas a CO₂ elevado e déficit hídrico (p = 0,26). Assim, concluiu-se que o efeito do déficit hídrico no P_N-sat foi mitigado pelo CO₂ elevado. Estes resultados sugerem que o aumento das concentrações atmosféricas de CO₂ associado às mudanças climáticas pode compensar, pelo menos em parte, o efeito negativo da seca nesta espécie multiuso e amplamente distribuída.

Palavras-Chave: Acumulação de biomassa; Eficiência do uso da água; Aclimatação da fotossíntese.